quinta-feira, 30 de julho de 2020

em construção

eu vi um meteoro cair dos céus
de onde veio?
quanta memória de outro espaço, não do espaço além de meu mundinho de  terráquia
espécie dos Hominídeos sim homenzinhos, mulherizinhas
bípedes é sua natureza
tem cabelos no sexo e no alto da cabeça e tem o umbigo destampado
pensam muito
são muito criativos
sim inventam coisas mirabolantes
mas também são desastrosos e muito egoístas
as vezes fico eu com uma vergonha de pertencer a esta raça que habita um planeta
sim um dos mil , milhões de possíveis planetas, galáxias
euzinha habito , por enquanto este lindo, belo planeta
nesta existência só conheço este
pressinto estar em trânsito
me pergunto: porque apareci aqui, deste modo, com este corpo de mulherídeo, hominídeo
não posso fazer nada about this
então sigo
muitas das vezes fico  d e s e s p e r a d a sim d e s e s p e r a d a
não entra em minha cachola entender tamanha violência entre nossa raça, tamanho egoísmo entre alguns, tamanha violência entre todos os nossos outros companheiros desta canoinha chamada de terra
matam bichos de todas as espécies , assim sem pensar, matam
arrancam e dizimam florestas, assim sem pensar, dizimam, botam fogo
poluem os mares que circundam as terras , os mares ricos de gente, de varias outras gentes, uma beleza que não tem tamanho, jogam todo a nossa merda no mar, assim, jogam
acabam com vales, pradarias, campos, mil nascentes
sabe como?
eu do tamaninho que tenho acredito na formiga
e me inspiro nela
sei que a minoria tem poder
não empodeiramento, detesto esta palavra, sei porque
você sabe ?
porque ela reina no mundo humanóide
a minoria tem poder
sabe?
porque trabalha na soma de um mais um
lembro do poder do vírus, da bactéria, do mínimo , do minúsculo, do invisível
e deste modo assim vou seguindo
parecida com a formiga
que nem se importa de ser mais uma, uma ninguenzinha
é sigo como ninguém
mas mexo aqui, movo ali e de passinho em passinho vou crescendo
instigando um outrinho que quem sabe pense parecido a mim

segunda-feira, 27 de julho de 2020

eu euzinha e outros eus

 Fico em minha casa
estou vivendo eu e mais outros vários eus
não sei muito de mim
apenas que convivo comigo
todo o momento estou
uma sensação de estar meia zonza, perdida no meio de um mar
onde não avisto margens
preciso de margens para me margear
aguardo
espero
tantos outros
tantos trabalhos na direção de fora
agora introjeto minha pessoa
continuo zonza, tonta
meio sem beirada, desbeirada
será que meu contorno está se esgarçando
será
será esta uma sensação de sofreguidão
de falta
para quê mesmo existo
se nesse tempo tanto faz
passo dias assim
desfocada sigo
estou no meio desse mar de mim
mundo
que mundo?
estamos vivendo como que galinhas de uma granja
consigo ainda ver, sentir, o sol entrar pela casa
consigo ainda respirar
meus sonhos estão embaçados
o que será isso
uma desilusão
acometida estou
na sensação febril de existir
quanto
restos
fragmentos
sigo as noites ora em sonhos, ora em pesadelos ora sem fim
sem borda
precisa de um empurrão para dar meu passo
vivo a meia idade de uma existência
pego a fita métrica
quero medir
meus olhos não conseguem enxergar os números
não conseguem ou não querem
meu desejo agora é imediato
não posso falar dele, porque me esqueci de querer saber
o anuncio
a véspera
vespero em arranjos desarranjados
procuro pelo Besouro que fecunda a flor do maracujá
ele se foi
as flores caem em meu jardim
uma lágrima escorre pela minha face
o que posso eu, euzinha fazer de mim?

eis que a V Prática do Sensivel de Agosto se aproxima... Dance em sua #casa#corpo#planeta#mundo#dance


quarta-feira, 1 de julho de 2020