domingo, 18 de agosto de 2019

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enquanto estiver VIVA jamais esquecerei a minha origem tanto como pessoa, como artista que me tornei
agradeço sempre
por ter tido Mae e Pai amor
por ter sido criado na sensibilidade de uma escola de arte viva e amorosa
por ter percebido como usar o espaço vazio e ocupá-lo com a liberdade
por sempre conseguir perseverar realizando com a urgência necessária os trabalhos que me vinham e me faziam, ou fazem mover
gerar questões
indagar
questionar
duvidar
tentar mais uma vez
eu, nesta idade continuo
incomodada
inquieta
insistente
ouço os recados
eles me visitam e me alarmam
alguns outros poucos me acalmam
na maioria das vezes são recados em que a alma escuta e me faz sacudir
quero viver minha existencia viva em seus dias, segundos e noites
quero morrer apenas uma vez
uma só vez

sábado, 3 de agosto de 2019

sem titulo

o barulho da música que tocava no espaço trazia as ondas do mar
o barulho atravessava a massa da musica também como uma onda sobrepujava a melodia
o barulho não trazia todo o mar
De repente esta mesma sensação, a mesma impressão
Trouxe muitas pessoas afogadas daquele oceano que não existia ali
as ondas trouxeram as pessoas afogadas e ressentidas que há muito estavam afogadas por uma angustia coletiva
esqueceram de boiar
afundaram porque se deixaram ficar na massa coletiva de uma angustia p a s s a g e i r a
esqueceram porque se deixaram também esquecer
sabiam do conforto passageiro
sabiam também que iriam se afogar
esqueceram que ora as ondas trazem mortos
ora as ondas trazem esperança
o tempo sempre estará p a s s a n d o
muitos dias, muitas noites foram necessárias
para que sim!
aquele navio outrora perdido, esquecido e afundado

pudesse emergir vivo, pleno, vigoroso e l i n d o
para novamente
navegar, navegar