A menina dança no salão
Ela dança sozinha no salão
O salão é imenso
A menina gosta de dançar sózinha
Ela nem liga
A menina dança
O salão fica bonito
A menina dança e o salão fica bonito
Seu corpo d menina lembra um vento com muito movimento
A menina dançou tanto que de repente cai no chão e diz: aí cansei...
A dança vai embora
O salão fica pequeno e vazio
Em cima da mesa a menina vislumbrou um salto.
ResponderExcluirUm único e derradeiro.
Devaneio de deslize sobre móveis.
Em pé e inerte é uma estátua assombrada no meio da copa esvanecida de luz.
Assim, de pé, a menina fantasmagórica é um gesto deslocado.
Um susto inconveniente.
Quase um espanto.
Uma boneca de proporções humanas e pele de borracha,
azeitonada pela penumbra dos vidros.
O salto contido tensiona-lhe as pernas,
a carne da face.
E num último artifício de cínica alegria
anula o golpe brusco.
Letárgica permanece, assim, por todo o dia.
Até cair, plena, no ar.