quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Aberta Temporada primeiro semestre 2021 Vivência Prática do Sensível Março tem!!! inscreva-se e venha!!

 
 
Olá! 
Está aberta a Temporada 2021 da Vivência Prática do Sensível ainda no #modofiqueemcasa!
A Vivência é uma prática via percepções de nosso ao redor, cada um movendo em sua casa, transformando-a em um parque de possibilidades
 
Novidade: você pode já se inscrever para os 5 encontros do 1º Semestre de 2021 e ganhar um desconto!
 
 
 


domingo, 14 de fevereiro de 2021

eu e Jack em um tempo que viajávamos......



 

olha nóis Daniela, eu Angel Isabeltica e Rita Cataguases de algum tempo encontro

💓




 

uma dança para ninguéns

 


Começa correndo muito sem cansaço e nem desespero

Corre correndo

As pernas se parecem com aqueles cavalos da Austrália

Sim daquela seca, que desesperados foram beber agua em um leito seco de um ex rio

Não havia agua

Não havia rio

Só a lembrança do leito

Seco

E cheio de cavalos secos, mortos de fome de agua de rio

Eu consigo ver correndo correndo

Mas as pessoas não estão mais lá

Há um rumor de alegrias

Somente isso

E completamente sem certeza se há

Cura

C

oração                                                                                                                           

Avatar

seres vermelhos

pássaros alados

joelhos em mandala

vulcões muitos

lavas escorrendo pelas pernas

queima de muitos passados

alma limpa completamente

virginal

cavalos selvagens aparecem

galopam como selvagens

tudo a mesma coisa, está tudo dentro

bem aí dentro

sem dentro eu

de repente sim aqueles cavalos secos e mortos no leito

pulam para fora

assusto eu e compreendo demais

o pulo não

sim o susto

por segundos imensos sou atravessada por vida intensas

são como fachos de luz

uma luz longínqua como faróis potentes de um farol perdido na costa oceânica de algum oceano

eles rasgam meu ser de mim

fico aos pedaços

despedaçada

como uma Taça estilhaçada no chão

sim no chão mil fragmentos

sou eu

em frangalhos me dilacero

e com olhos vidrados me quebro no chão

sem nenhum tempo

sem nenhuma pressa

galopam em velocidade

sim os cavalos

elegância

sim com uma elegância frágil e mórbida começo a cantar e a juntar os cacos de meu corpo em frangalhos

não estou morta

sim sou eu que digo e penso

sem pressa

sim eu

vou saindo, vou andando sem de maneira alguma olhar para trás

fui

também assim leve e transparente

fui apenas com o contorno

sem olhar nunca mais para trás

sim

fui

sem pressa

sim

estou indo

sim

 

 

UMA AFEIÇÃO POR ELA

A mesa está para a janela

Pela janela entra sol, entra a luz da manhã

A manhã tem uma tonalidade linda de manhã

Independente de fazer  sol , ou chover o amanhecer sempre traz um novo dia

O dia tem um desenho parecido aos dias de todo o sempre

Eles fazem um arco

Nascer viver morrer

Um arco que me faz lembrar do teatro, do espetáculo, da vida, de subir uma montanha     e chegar ao seu topo e descer bem devagar

O subir a montanha e chegar ao seu topo é um caminho como o viver

Descer pelo outro lado da montanha é uma alegria

A novidade que a talvez montanha esconde de quem a contempla

Mistério

A vida é sim um mistério

As vezes parece ser a mesma coisa

Uma mesma coisa tão diferente

Os dias são tão definidos

Se olhar para o céu nunca é o mesmo céu

Isto eu bem sei

Todos os dias olho para o céu, ele me faz desejar

Todos os dias olho para a terra, ela me faz suportar

Quem sustenta a terra?

O firmamento dos céus, será?

Sem a luz que vem de cima

Nada cresce, brota, vive

Tudo depende um do outro

Assim eu deste tamaninho que tenho acho

Estou agora aqui pensando assim

Sinto uma enorme coisa dentro do meu coração

As vezes preciso chorar que nem menino que não ganhou um pirulito

Outras preciso gargalhar, como aquelas bruxas

Olho para a vassoura encostada na parede da cozinha de minha casa

Adoro ficar na cozinha

A vassoura sabe que eu amo ela demais

É verdade

Amo demais minha vassoura que mora na cozinha

Todos os dias tecemos confidências das mais variadas

Eu nem preciso saber o que confidencio com ela

Ela vai varrendo, meu pensamento vai desmanchando, vai espiralando

Aparecem quintais, avós, amores, saudades, vontades, desejos a casa vai ficando limpa, sabe como casa gosta de receber uma vassoura zelosa

Enquanto nós duas varremos, as canções vão brotando

Vou varrendo, vou cantando e vou limpando eu a casa e ela

Depois ela fica ali encostada na parede

Aguardando o outro dia nascer

E assim dia passa, noite chega, durmo, sonho sonhos tortos e fantásticos, noite passa

Sol levanta e eu atrás dele levanto também

E mais uma vez desde que viva estou na vida continuo

As casas já mudaram, foram muitas algumas poucas casas que vivi, frequentei e tomei intimidade, mas aprendi a ler cada casa que passei, suas querências, seus luxozinhos, suas maneiras

Agora estou nesta que tem cozinha e um quintal imensoooooo para varrer e cantar e ficar leve

Para voar

Eu e minha vassoura andamos as vezes à noitinha pelo ar

 

saudades deste camarim de Teatro , aguardar o momento dos tres sinais e depois respirar na sensação de missão cumprida : ter com o respeitável público

 


Um dia de ontens atrás Beth Bastos me chamou para esta JAM florida com tanta gente querida e linda!! Sesc Pinheiros São Paulo




 fotos Sandro Miano

tem tempos que escrevo para desafogar o que está em mim

 

Dança para você para mim, para um ausente daqui para os longes deste lugar que estou

Danço porque gosto de mover

Apenas e só isso

Um momento por favor

Vou colocar uma música

Ainda não a conheço

Dança é assim gosta de se ajuntar a outras coisas poesia, musicas, livros, geografias, arqueologias, histórias, matemáticas, químicas, físicas, misturas, jardins, realidades dispares, disparidades, atualidades

Corpo vivo sabe do tempo em que vive

Atravessado ele segue

Afina suas antenas

Agora

preciso entrar em um espaço talvez galáctico

O que sustenta a lua no céu?

Meu e seu olhar penduram a lua no céu

Céu gótico

Céu ovalado

Céu disperso

Firma a nossa cabeça, por favor

Arrasto o espaço

Suspiro

Movo a borboleta pousada em meu dedo angular

Espirro flores pelos poros da pele

Choro lagrimas dos elefantes mortos por agro tóxicos

Caio de joelhos aguardando arvores brotarem

Avisto desertos

Rolo no chão como pedras de uma montanha dinamitada

Já não sou mais aquela que dançava, dançavam para mim

Golfinhos dos tempos antigos

Rios de outrora choravam em meus braços

E muitas onças apareciam em meu focinho nariz de gente

Foi aí que ....

Rompi como um raio riscado no céu

Pousei como um gavião em meu corpo amadurecido de mulher

Sim mulher desse mundão de gente

Aprendi a vida neste corpo em que vim vestida

Mas era gente como qualquer outro um ou uma

Era tanta desgraça tanta ignorância que precisava só sentir

Só fortalecer

E jogada ao chão fui brotando

Fui brotando

Uma coisa inaudita urgiu de minhas entranhas

Um grito lancinante furou o céus da imensidão do pobre mundo

Silêncio

Pausa

Corpo de um ninguém

E com uma calma exemplar peguei o copo enchi de agua

Lembrei da leveza dos passarinhos

Da vida intensa de uma libélula

Desejei paz, desejei arte desejei amor, desejei jeito e nunca mais quis saber das coisas que dizem não

era eu era um alguém desnomeado sem eu sem mim

Era um alguém inside me outside me