Dança para você para mim, para um ausente daqui para os longes deste lugar que estou
Danço porque gosto de mover
Apenas e só isso
Um momento por favor
Vou colocar uma música
Ainda não a conheço
Dança é assim gosta de se ajuntar a outras coisas poesia, musicas, livros, geografias, arqueologias, histórias, matemáticas, químicas, físicas, misturas, jardins, realidades dispares, disparidades, atualidades
Corpo vivo sabe do tempo em que vive
Atravessado ele segue
Afina suas antenas
Agora
preciso entrar em um espaço talvez galáctico
O que sustenta a lua no céu?
Meu e seu olhar penduram a lua no céu
Céu gótico
Céu ovalado
Céu disperso
Firma a nossa cabeça, por favor
Arrasto o espaço
Suspiro
Movo a borboleta pousada em meu dedo angular
Espirro flores pelos poros da pele
Choro lagrimas dos elefantes mortos por agro tóxicos
Caio de joelhos aguardando arvores brotarem
Avisto desertos
Rolo no chão como pedras de uma montanha dinamitada
Já não sou mais aquela que dançava, dançavam para mim
Golfinhos dos tempos antigos
Rios de outrora choravam em meus braços
E muitas onças apareciam em meu focinho nariz de gente
Foi aí que ....
Rompi como um raio riscado no céu
Pousei como um gavião em meu corpo amadurecido de mulher
Sim mulher desse mundão de gente
Aprendi a vida neste corpo em que vim vestida
Mas era gente como qualquer outro um ou uma
Era tanta desgraça tanta ignorância que precisava só sentir
Só fortalecer
E jogada ao chão fui brotando
Fui brotando
Uma coisa inaudita urgiu de minhas entranhas
Um grito lancinante furou o céus da imensidão do pobre mundo
Silêncio
Pausa
Corpo de um ninguém
E com uma calma exemplar peguei o copo enchi de agua
Lembrei da leveza dos passarinhos
Da vida intensa de uma libélula
Desejei paz, desejei arte desejei amor, desejei jeito e nunca mais quis saber das coisas que dizem não
era eu era um alguém desnomeado sem eu sem mim
Era um alguém inside me outside me
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